quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Momentos eleitorais e decisivos no IMS neste segundo semestre... Mas votamos por consciência ou obrigação?

Nos últimos meses diversos processos eleitorais nos foram colocados. Mas quantos de nós, estudantes de Nutrição, comparecemos às urnas?

Seja para eleger um reitor, um diretor... Quantos de nós sabemos os resultados de tais processos? Quantos acompanham o que acontece em nosso meio? Quantos têm o trabalho de ler os e-mails com as informações do colegiado? Quantos lêem o e-mail pedindo (apelando) para que algum discente pudesse fazer parte da junta eleitoral de formação da nova gestão do nosso Diretório Acadêmico? Sabe quantas respostas foram dadas? ... NENHUMA.

A falta de professores é um problema que a cada dia tem se tornado mais grave. Por enquanto contamos com sorte de ter professores esforçados que se preocupam em tentar “tapar buracos”, mas as pessoas cansam... As perspectivas para o próximo semestre são de mais disciplinas canceladas. E até quando vamos “empurrando com a barriga”? Até quando vamos assistir colegas desistirem de algo que já foi um sonho, para voltarem à estaca zero e fazer vestibular em outro curso, pois esse não dá mais pra continuar?

Projetos, optativas, complementares são importantes para nossa formação sim! Mas ela não se resume a apenas isso. Dedicar-se ao curso vai além de estar em sala de aula. Temos por obrigação e direito lutar por ele e defender uma formação crítica, completa e humanista, não só tecnicista. Não somos máquinas para ser programada, e sim seres humanos pensantes e críticos. Cursamos este semestre, e no próximo? Não temos matérias por falta de professor, afinal não nos movimentamos antes para consegui-los, estávamos preocupados demais em ter boas notas... esquece-se do todo que engloba a academia.

Já devíamos estar cansados de cursar um semestre pensando no que nos espera no próximo! Isso se algo nos esperar! Somos por muitas vezes privados de qualidade de ensino e formação digna. Intensos serões de seminários que pouco nos acrescentam e muito nos irritam, incansáveis aulas de reposição, sem contar com a retaliação que sofremos quando nos posicionamos contra esse tipo de instrumento pedagógico, apenas para cumprimento da carga horária e caderneta de notas. É nosso direito cursar as disciplinas com qualidade!

Paulo Freire já advertia sobre as conseqüências de uma educação bancária desenvolvida na maioria das instituições brasileiras. O movimento estudantil deve estar presente para combater, lutar, contrariar, os dogmas estabelecidos como “verdadeiros” pela Universidade.

É possível SIM conciliar sua vida acadêmica com o seu papel de cidadão. Sim! Cidadão, pois a universidade é uma extensão de nossas vidas, se nos omitimos nela, nos omitiremos em todas as situações, ou pelo menos naquelas que não deveríamos.

Ser movimento estudantil não significa ser “vagabundo” ou revoltado! Ser e fazer parte do movimento estudantil é mostrar que você se importa e acredita no que você estuda durante cinco anos pra se formar. É mostrar que você se importa com o seu futuro.

Tudo que estamos assistindo acontecer sentados nas nossas salas de aula ou em nossos laboratórios de pesquisa é NOSSA culpa, pela omissão na representação e organização como estudantes.

Até quando culparemos nossos coordenadores e até mesmo o Diretório Acadêmico por essas falhas, quando nós (alunos) somos os responsáveis por isso, pois não exigimos o que nos é de direito e só sabemos apontar para o outro sem tomar nota das nossas ações como acadêmicos. Em tese deveríamos ser os agentes modificadores do meio em que estamos através de uma articulação crítica e atuante!

O Diretório Acadêmico precisa ser eleito para representar a todos, mas é essencial cada um representar a si mesmo, não precisamos esperar pelo outro. É importante a união de idéias, diferentes pensamentos, ou seja, mais pessoas para que sejam provocadas mudanças na situação da nossa realidade acadêmica. Mais um momento eleitoral vem ai, precisamos de pessoas para que ele exista, aconteça e se efetive.

Não se trata de um processo crítico descompromissado, crítica pela crítica, mas engajado e orientado para superar o individualismo, o tradicionalismo, a formatação educacional, os mecanismos de avaliação e tantas coisas mais.

“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.“

Darcy Ribeiro

Dinorah Maia

Gabriela Vilasboas

Mariana Matos